A primeira bolha da História


Durante o século XVII, na Holanda, o comércio de bulbos de tulipas era muito lucrativo. As flores eram muito queridas pela população, que a compravam maciçamente, pra motivos medicinais e decorativos. Apesar de não possuir cheiro, era uma flor muito bonita. Havia se tornado um artigo de luxo.
.
O bulbo da flor se tornara um produto tão demandado que foi introduzida na Bolsa de Valores de várias cidades holandesas. As vendas de tulipas não paravam. Os comerciantes estavam eufóricos. Para lucrar cada vez mais, eles negociavam tulipas que haviam acabado de plantar, além das tulipas que ainda tinham a intenção de comprar. Assim, poderiam captar recursos antes mesmo das flores nascerem, e entregar o produto posteriormente. Surgiram os “contratos futuros” de tulipas. Dessa forma, os comerciantes conseguiam emitir mais “promessas” pela flor do que o produto em si. Em pouco tempo, haviam mais contratos negociados do que tulipas.
.
Como sabemos, tudo que é emitido sem lastro chega ao temido fim. Em determinado momento, os preços das tulipas não crescia mais, porque os consumidores deixaram de demandar tanto a flor. A moda deixava de ser moda. A tulipa deixava de ser uma artigo de luxo desejado. Isso incitou nos comerciantes de tulipa uma vontade: se livrar de seus papéis. Não fazia sentido manter um contrato que ninguém compraria posteriormente. Faz sentido, certo? Sim, faz sentido. Mas todos os comerciantes pensaram o mesmo. Não havia mais compradores. Apenas vendedores. BOOM!
.
As bolsas de valores holandesas foram à bancarrota. Milhares de holandeses, incluindo pessoas da alta sociedade, foram direcionados à ruína. A mania especulativa destinava o comércio de tulipas ao fundo do poço. E o pior ainda perdura até hoje: esse mesmo modelo de emitir liquidez sem lastro que nossa moeda está inserida. Em algum momento, essa bolha também estourará.

*Texto originalmente publicado no dia 07 de abril de 2020, no Instagram do autor.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.