Sobre a proibição de demissões e suspensões trabalhistas na Argentina
A três dias atrás, o governo argentino divulgou a positivação do Decreto 329/2020. O decreto estabelece que todas as empresas estão terminantemente proibidas de demitirem seus funcionários ou suspendê-los pelos próximos 60 dias. Tal medida foi apoiada pela Central Única dos Trabalhadores, aqui no Brasil, na voz do presidente da organização, o Sr. Sérgio Nobre. Ademais, este mesmo homem defendeu, com garras e dentes, “que o governo deveria garantir recursos para que as empresas paguem os salários dos trabalhadores”. Era só o que me faltava.
A Argentina vem passando por um alto processo de intervencionismo estatal desde à era Kirchner. Agora, após o pífio desempenho de Macri, Alberto Fernandez assume o posto para continuar o legado keynesiano. Basicamente, o Estado se compromete a sustentar toda a economia do país nos próximos 60 dias, e para isso irá injetar cerca de 300 bilhões de pesos para que isso ocorra. Agora, pensemos: o país já enfrenta uma inacreditável inflação de 53%, e o governo decide injetar mais dinheiro na economia? Vai injetar dinheiro e sustentar o insustentável logo quando o país não está produzindo absolutamente nada? Onde isso vai parar? A resposta é: no bom e velho controle de todo e qualquer aspecto econômico, o que leva ao controle social e político. Em outras palavras, ao completo e escancarado socialismo.
Desvalorizando o câmbio nacional, por conta da massiva impressão de dinheiro, em meio a um shutdown global, onde não se produz quase nada no mundo inteiro, é mais do que loucura. A assistência emergencial é necessária àqueles que não possuem o que comer. Mas o controle integral da economia é uma alternativa falha, que já se mostrou falha inúmeras vezes. E ainda há quem defenda algo do tipo, e, pior, defenda a implantação dessa medida aqui no Brasil. Para estas pessoas, falta conhecimento econômico. E noção, coisa que se encontra em falta em meio a tanta loucura.
*Texto originalmente publicado no dia 05 de abril de 2020, no Instagram do autor.
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