O álcool em gel está caro, a culpa não é dos comerciantes e não dá pra mudar isso com leis
Em meio à pandemia do novo coronavírus, todos nós fomos capazes de testemunhar a busca implacável pelo melhor produto de prevenção que o mercado poderia oferecer: o famoso álcool em gel.
Eu não irei me estender, nem falar sobre o produto em si. Meu objetivo aqui é mostrar o porquê que os altos preços desses produtos são completamente, sim, NORMAIS, e que tentar controlar os preços usando as leis é altamente prejudicial. Vamos lá:
1 - A lei da oferta e da demanda define que quanto mais um produto é demandado, mais o seu preço sobe. Exemplo: num país onde há muita demanda por maçãs e pouca demanda por bananas, bananas serão mais baratas (porque estão sendo mais ofertaras no mercado, então tem banana “de sobra”) e maçãs serão mais caras (já que tem muita gente comprando, o que deixa o produto mais “escasso”). 2 - O álcool em gel foi demandado por TODA A POPULAÇÃO BRASILEIRA. Segundo a lei citada acima, que, feliz ou infelizmente, rege a economia, era claro e evidente que o preço do álcool em gel iria subir a níveis estratosféricos. Daí então, políticos planejam e executam um controle de preços sobre o produto.
3 - O fabricante, que por conta da altíssima demanda, teve que fabricar muito mais num período muito mais apertado, obviamente, vai cobrar mais por isso. Esse custo será repassado pro importador (se houver), que repassará o custo ao distribuidor, que repassará esse custo ao comerciante. Numa política de controle de preços (e quando eu digo isto, eu digo “preço do produto final”), o comerciante certamente pensará: “não vale a pena vender esse produto ao preço que estabeleceram, pois o custo dele já é muito alto. Eu terei prejuízo”, e para de comprar álcool em gel pra revender.
4 - Desta forma, o produto falta nas prateleiras. Não há mais álcool em gel pra se comprar por conta dessa medida. Para que ela fosse “efetiva”, o governo teria que controlar o preço de TODAS as etapas da produção do álcool em gel. Isso nos levaria ao completo controle da economia pelo Estado. Isso tem um nome: estatismo. Ou seja, socialismo. Ou seja, isso não é efetivo.
Esse sumiço das prateleiras já foi evidenciado em alguns lugares de São Paulo recentemente. Quem viveu durante os anos 80 aqui no Brasil lembrará no que resultou a política de congelamento de preços durante o governo de José Sarney. Isso é inaceitável. Os preços são altos, mas a culpa não é do vendedor: a culpa é estritamente nossa, que está “comprando o produto em massa”.
*Texto publicado originalmente no dia 02 de abril de 2020, no Instagram do autor.
Nenhum comentário: